23 de junho de 2010
Não me deixe dormir.
Não me deixa fechar os olhos e dizer que estou partindo.
Não me deixe sozinha, me escute, espere minha respiração, mas não deixe ela se calar.
Toda aquela força, em segudos se desmorona. Mas nao me deixe parar por isso. Só por isso.
Fico na frente do meu espelho interior discutindo e despedindo, criando discurssos, interrrogando o meu eu.
Penso em tudo, com todos os detalhes o que tenho a lhe dizer. Mas eu repito, nao me deixe fazer isso.
É como se fosse uma entrega, e apenas a força que me resta é de lhe pedir para não deixar.
Segura minha mão, aperta, grite, me cutuque, me provoque, me irrite, mas não me deixa, não me deixa desistir.
É tão suave essa peça que imagino na minha cabeça, mas é triste, é de dar saudade antes mesmo de ter, a perca é grande, e é minha, só minha.
Não me deixe deitar em algum canto qualquer, em um corredor qualquer e ali dormir.
Não me deixa fugir, não me deixe comigo mesma.
Me acorda, me abraça, me faça sentir viva e querer viver com você.
Eu nao quero, mas as vezes chega de mansinho e eu me preparo, mas eu não quero!
Por favor, somente quando entrar em estado vegetativo eu te dou permissão de desligar meus aparelhos. Mas enquanto isso, não me deixe dormir, por que eu preciso de você, e meu socorro só pode ser feito agora.
Apenas, somente, unicamente me carregue em seus braços, me deixe cochilar..apenas cochilar com você.
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